Unicentro e IFRR depositam patente de invenção à base de nióbio

por Rebeca publicado 26/12/2019 15h48, última modificação 26/12/2019 15h48
A tecnologia pesquisada comprova que o nióbio é tão bom ou melhor que outros tipos de proteção de superfície metálica e, portanto, um potencial substituto para a cromação de estruturas e equipamentos industriais/comerciais, e até de eletrodomésticos.
Unicentro e IFRR depositam patente de invenção à base de nióbio

Professor Guilherme Turcatel

Para fechar o ano de 2019 em alta na área de ciência e tecnologia, a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em Guarapuava (PR), e o Instituto Federal de Roraima (IFRR) realizaram um depósito de patente de invenção à base de nióbio. “Processo de tratamento de superfície liga de alumínio à base de nióbio resistente à corrosão ácida” é o título da invenção.

O processo de proteção da propriedade intelectual por patente é uma cooperação entre a Agência de Inovação Tecnológica da Unicentro (Novatec) e a Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Propesq) do IFRR, por meio do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT). A tecnologia pesquisada comprova que o nióbio é tão bom ou melhor que outros tipos de proteção de superfície metálica e, portanto, um potencial substituto para a cromação de estruturas e equipamentos industriais/comerciais, e até de eletrodomésticos.

A tecnologia foi totalmente desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa em Eletroquímica (GPEL), localizado na Unicentro, em Guarapuava (Paraná), e fez parte do projeto de doutorado em Química Aplicada do ex-professor do Campus Novo Paraíso Guilherme Turcatel Alves, hoje lotado no Instituto Federal do Paraná – Campus Cascavel. O projeto de doutorado foi iniciado em 2013, e a tecnologia desenvolvida e aprimorada, na fase final, em 2018.

Todos os inventores são pesquisadores do GPEL, coordenado pelo professor Paulo Rogério Pinto Rodrigues, que também foi orientador do projeto de doutorado. Já o aluno Guilherme Turcatel Alves, executor do projeto, contou com o auxílio dos outros inventores, por exemplo, na análise em diferentes equipamentos e organização/processamento dos dados obtidos.

As proteções de superfícies metálicas podem ser observadas em residências (a pintura de eletrodomésticos é um exemplo desse tipo de proteção, que serve para proteger o metal contra a corrosão) e no setor industrial, por meio do uso de substâncias agressivas manipuladas diariamente. “Esses metais que são utilizados nas estruturas, nos equipamentos também precisam de proteção dessas superfícies”, explicou Turcatel.

Esse grupo de pesquisa em Eletroquímica da Unicentro tem trabalhado com foco na corrosão de diferentes superfícies metálicas. No caso de Turcatel, o foco foi trabalhar com o alumínio, metal muito utilizado em setores industriais e comerciais. Segundo ele, o alumínio desenvolve naturalmente uma camada protetora de óxido do próprio metal, mas, dependendo da aplicação e de onde é utilizado, precisa de uma camada extra de proteção.

“Como é utilizado há muito tempo [o alumínio], a própria indústria, os centros de pesquisa desenvolveram vários tipos de proteção para o alumínio, entre elas a pintura, o lajeamento de areia e uma técnica chamada de anodização, em que alumínio fica fosco. E essa camada de proteção, muitas vezes, não é suficiente para conferir a vida útil daquela estrutura ou peça de alumínio que se espera”, comentou Turcatel.

Por existir um vasto campo de pesquisa de tratamentos de superfícies metálicas, os estudos têm se concentrado na substituição do cromo. Sabe-se que a cromação confere um brilho característico às peças metálicas. Mas, se por um lado o cromo dá o ar estético, por outro, lembra o pesquisador, é uma substância agressiva ao meio ambiente, difícil de retirar da água, além de apresentar potenciais efeitos cancerígenos, já comprovados pela comunidade científica.

“Um dos potenciais substitutos do cromo, que a gente está conseguindo provar e que possui propriedades semelhantes, é o nióbio. Só que o nióbio não dá o efeito estético ou cromado que as pessoas estão acostumadas a ver. Mas nessa tecnologia comprovamos que o nióbio é tão bom ou melhor que outros tipos de proteção de superfície metálica e, portanto, um potencial substituto para cromação”, explicou o pesquisador. 

 

Quanto aos próximos passos, Turcatel disse que a sequência dos estudos se dará com projetos futuros, sejam de graduação, sejam de pós-graduação, para otimizar o processo inventivo. “O processo de tratamento de superfície utilizando o nióbio é um pouco mais complexo, comparado à cromação. Existem vários parâmetros que precisam ser otimizados e/ou adaptados, para que a eficiência aumente em relação ao uso de energia ou de insumos. Também é possível que se consiga melhorar o efeito estético, aumentando, assim, as aplicações”, explicou.

 

 

 

Ascom/IFRR
Rebeca Lopes
Fotos: Divulgação
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