Trabalho sobre diversidade cultural no Campus Amajari será exposto em simpósio nacional
Atividades desenvolvidas por professores do Campus Amajari do Instituto Federal de Roraima sobre a temática indígena serão apresentadas no simpósio nacional Por uma Escola Inovadora e Inclusiva, que ocorrerá de 13 a 16 de abril, em Poços de Caldas (MG). O evento reunirá palestrantes e relatos de experiências inovadoras de escolas e de profissionais da educação do país.
Em forma de pôster, o trabalho foi organizado pelos professores Marcos Antônio de Oliveira e José Vilson e relata a experiência desenvolvida numa vasta programação alusiva ao Dia do Índio, em 2016, que envolveu vários docentes e alunos. A apresentação será feita, na parte da tarde, durante o intervalo das palestras, por Marcos Antônio, doutorando pela Universidade de São Paulo (USP).
A experiência no CAM envolveu visitas técnicas ao sítio arqueológico Pedra Pintada e à Comunidade Indígena Boca da Mata (Paracaima), bem como exposição de obras e relatos de indígenas de várias etnias em um evento de encerramento. “A experiência teve o objetivo de incluir os indígenas na realidade do campus e ver como a cultura deles estava sendo valorizada, com representantes de suas etnias dialogando com os colegas e os profissionais da escola”, comentou Marcos Antônio.
De acordo com ele, também foi aprovado um texto relatando essa experiência do CAM, que será publicado em um e-book. Desenvolvido no primeiro semestre de 2016, o trabalho consistiu em uma discussão sobre a diversidade cultural no ambiente pedagógico do Campus Amajari.
“Tínhamos percebido que 53% dos discentes do campus eram indígenas autodeclarados, e, até aquele momento, nunca tinha sido realizada uma intervenção para discutir a importância da cultura indígena. Percebemos também que os alunos indígenas sofriam preconceito por parte de colegas do campus e de moradores da região”, relatou o professor.
Com base nessa realidade, Marcos Antônio, que dá aulas de História, Sociologia e Filosofia, elaborou um projeto envolvendo professores de Língua Portuguesa (José Vilson e Ana Paula), Artes (Fredson Costa), Biologia (Rosenilda Pulcinelli) e da área técnica (Diego Coelho). Cada área elaborou os conteúdos com elementos importantes da cultura indígena.
“Todos os procedimentos metodológicos tinham o objetivo de valorizar e refletir sobre a importância da cultura indígena local. Para a culminância do projeto, foi realizado um evento no dia 13 de maio de 2016, que teve a exposição da obra de Jaider Esbell e das releituras dos alunos, bem as palestras do artista plástico e do escritor Ricardo Dantas”, explicou.
O simpósio é realizado pela Universidade Federal de Alfena (Unifal) e pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas em Aprendizagem e Inclusão (Lepai), e contará com a presença de facilitadores da Unicamp, da USP e de representante da embaixada da Finlândia, entre outros.
Rebeca Lopes
Textos e Fotos: CCS/CAM
12/4/17