PPBIO – Professora do Campus Amajari tem dois projetos aprovados

por Bruna Dionísio Castelo Branco publicado 06/10/2022 19h50, última modificação 06/10/2022 19h48
Projetos seguem ao aguardo de captação de recursos para desenvolvimento

Danielle Cunha, professora do Campus Amajari do Instituto Federal de Roraima (CAM/IFRR), teve dois projetos selecionados pelo Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBIO), idealizado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e coordenado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam). O programa visa à geração de novos produtos, serviços e negócios para a bioeconomia amazônica.

Processamento de produtos de açaí estáveis à temperatura ambiente e potencialmente funcionais – Segundo a docente, o projeto surgiu há mais de dez anos. “Inicialmente trabalhei com o açaí-juçara, natural da Mata Atlântica, e atualmente trabalho com o açaí-do-norte, fruto da Floresta Amazônica. Em 2021, ganhei reconhecimento com um projeto enviado para o prêmio Elos da Amazônia, que culminou nas conversas e na sua adesão ao PPBIO”, disse Danielle.

O açaí é uma das principais fontes de renda de muitas comunidades tradicionais e configura-se como um dos produtos florestais não madeireiros mais importantes para a bioeconomia da Amazônia, garantindo melhoria de renda a muitas famílias. É um fruto de alta demanda, entretanto a dependência do resfriamento para conservação e transporte, dificulta a comercialização de produtos de açaí, estagnando a taxa de exportação em 10%.

 

Pesquisadora trabalha com açaí há mais de 10 anos

 

Para solucionar o problema, o projeto foi pensado objetivando a redução dos custos de estoque de matéria-prima e transporte, gerando impacto econômico-financeiro ao setor. Ele visa desenvolver produtos de açaí que possam ser comercializados à temperatura ambiente, sem perdas significativas dos seus compostos bioativos e nutricionais, o que aumenta a comercialização dessas variedades, impactando positivamente a renda de produtores e empresas.

Desenvolvimento de embalagem inteligente por meio de indicador natural de pH, tipo sensor, para verificar o frescor do pescado –  Muitos fatores podem influenciar o tempo de vida útil do peixe. Para amenizar os riscos, esse segundo projeto da docente pretende desenvolver um filme biodegradável, para o monitoramento de pH, que seja capaz de informar se o pescado está apropriado ou não para o consumo. A embalagem visa à redução do desperdício de alimentos e a diminuição dos casos de doenças transmitidas por alimentos (DTAs) em razão do consumo de pescado impróprio no Brasil. Esse ganho é possível com o desenvolvimento de embalagens ativas e inteligentes, empregadas para atuarem não somente como barreira, mas também com auxílio na escolha do produto, contribuindo para maior segurança e informação do consumidor.

Ainda conforme Danielle, o viés empreendedor no serviço público é muito importante. “A lei de inovação veio para somar-se a essa ideia, para conseguirmos pôr no mercado produtos que resolvam uma dor real da nossa sociedade. A aprovação de projetos como esses, escritos por profissionais servidores do IFRR, são muito importantes, pois mostra à sociedade a capacidade desses profissionais, que são considerados referência em determinadas áreas, possibilitando, assim, mais investimentos e busca pelos cursos das unidades da instituição, aumentando o número de matrículas e consolidando o instituto como referência em educação”, completou a docente.

A aprovação dos projetos para captação de recursos só foi possível graças ao credenciamento do IFRR no Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (Capda), articulado pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Proprespi). Segundo o pró-reitor Romildo Alves, o credenciamento permite à instituição o acesso a recursos de empresas da Zona Franca de Manaus, as quais, por meio de um incentivo fiscal, destinam uma porcentagem do lucro para investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação.

“Nós, gestores do IFRR, ficamos muito orgulhos, pois não tínhamos esse credenciamento, e a professora Danielle foi a primeira pesquisadora da instituição a conseguir a aprovação de projetos na Capda [...] Foi de muita alegria ter essa aprovação. São projetos importantes para nossa pesquisa e inovação, como instituição de ciência e tecnologia, mas também têm sua importância para o desenvolvimento da Região Amazônica”, comentou o pró-reitor.

Os dois projetos da professora Danielle Cunha encontram-se disponíveis para consulta no site do PPBIO. Para conhecê-los, clique aqui. As duas propostas seguem expostas para captação de recurso.

 

Bruna Castelo Branco
Ascom/Reitoria
Fotos: Arquivo Pessoal 
6/10/22
 

 

 

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