24 DE ABRIL – Napne propõe reflexão sobre a luta da comunidade surda pela garantia da acessibilidade

por Virginia publicado 23/04/2020 19h49, última modificação 23/04/2020 19h49
O Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas do Campus Boa Vista (Napne/CBV) faz alusão à Lei 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Com o objetivo de propor reflexões sobre a luta da comunidade surda, na data em que se comemora o Dia Nacional da Libras, 24 de abril, o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas do Campus Boa Vista (Napne/CBV) faz alusão à Lei 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Como parte desse momento de reflexão, a equipe do Napne convida a comunidade acadêmica para assistir à série “O Impacto do silêncio”, disponível no YouTube, composta por quatro episódios: “A comunidade surda e a Libras” (https://youtu.be/dUjkPCV_SqI); “Internet e consumo” (https://youtu.be/y09uxyv_liM); “As barreiras de comunicação nas redes sociais” (https://youtu.be/BFlAJqG5Uj0); e “Acessibilidade digital e a educação” (https://youtu.be/wdwUtnNwMFY). A série nasceu com a ideia de dar voz às surdas e aos surdos, que contam como a falta de acessibilidade traz dificuldades para o dia a dia.

Outro vídeo importante que a equipe do Napne indica para a comunidade acadêmica e para todos os que têm interesse pelo tema é “18 anos da Lei n.° 10.436, de 24 de abril de 2002: quais as contribuições para a profissão do intérprete de Libras”, disponível no link https://youtu.be/pzeyCXBrZss

Segundo a professora de Libras Anazita Lopes, por mais de um século os surdos foram proibidos de usar a língua de sinais e obrigados a se submeter ao método oralista puro. “Com a proibição de sua língua natural, sofreram uma alienação e se viram segregados em todos os contextos sociais: familiar, social e acadêmico. Assim, a partir do dia 24 de abril de 2002, a comunidade surda do Brasil pôde comemorar uma grande vitória, pois ali ocorria um divisor de águas, que mudaria substancialmente a sua história, o seu futuro, o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais, a Libras!”, disse.

A professora acrescenta ainda que se esperava o fim do preconceito e da discriminação. “A partir daí, nunca mais sofreriam nenhuma tortura em nome da ‘cura da surdez’, nem teriam suas mãos amarradas para trás, mas, sim, a liberdade de usá-las para se comunicarem livremente; o acesso a informações e aos conhecimentos que antes lhes eram ocultados ou fragmentados por serem obrigados a usar uma língua que limitava a possibilidade de ampliar o conhecimento de mundo. Agora, sim, com a Língua Brasileira de Sinais regulamentada, oficializada e respeitada, a comunidade surda brasileira ganha força legal para enfrentar os desafios que o futuro lhe reserva. Mesmo com essa grande vitória, infelizmente, após dezoito anos, muitas instituições educacionais, emissoras de TV, sites vêm omitindo o direito da comunidade surda em obter informações importantes por meio de sua língua. Portanto, a luta continua e esperamos que tais instituições se conscientizem e passem a respeitar o direito adquirido por essa comunidade que ainda vem sendo ignorada no seu direito de ser informada das situações que vêm ocorrendo em nosso país”, concluiu.

Acesse os vídeos sugeridos e saiba mais:

 

Virginia Albuquerque
CCS/Campus Boa Vista
23/04/20