AÇÃO INTERCURSO – City tour voltado à comunidade surda inclui visitas a espaços culturais e de lazer

por Virginia publicado 09/08/2023 22h02, última modificação 09/08/2023 22h02
O projeto teve como público-alvo 12 integrantes da comunidade surda de Boa Vista, visando oferecer um passeio turístico com foco na cultura e no lazer como forma de fortalecer o sentimento de pertencimento nos cidadãos surdos moradores de Boa Vista.

Na tarde desta segunda-feira, 7, um total de 20 acadêmicos dos cursos de Tecnologia em Desenvolvimento e Análise de Sistemas (Tads) e Tecnologia em Gestão de Turismo (TGT) do Campus Boa Vista (CBV) realizaram o projeto “Libras Tuor: turismo cultural e de lazer”, sob a coordenação da professora da disciplina de Libras, Anazita Lopes, e da coordenadora do curso de TGT, Suzana Macedo.  

O projeto teve como público-alvo 12 integrantes da comunidade surda de Boa Vista, visando oferecer um passeio turístico com foco na cultura e no lazer como forma de fortalecer o sentimento de pertencimento nos cidadãos surdos moradores de Boa Vista.

De acordo com Anazita, foi proposto aos acadêmicos que desenvolvessem uma ação intercurso, e eles optaram por realizar um city tour. “Lançamos o desafio para os acadêmicos planejarem alguma ação intercurso voltada à comunidade surda, já que são poucas as opções disponíveis para essa comunidade tanto no campo cultural como na área de lazer. Então, eles resolveram fazer um city tour, para o qual foram convidados 12 integrantes da comunidade surda de Boa Vista. O roteiro do passeio, que durou cerca de quatro horas, incluiu as principais praças e parques da cidade, além de locais voltados ao lazer e entretenimento”, explicou.

No roteiro do city tour estavam as praças Germano Sampaio,13 de Setembro, Ayrton Senna, Bambus e Praça Linear e Parque do Rio Branco, além de outros locais, como o Cinema Cine Super K, o Portal do Milênio, a Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo, a Orla Taumanan e o Monumento aos Pioneiros, localizado na Praça Barreto Leite.

A atividade prática contou ainda com o apoio da intérprete de Libras do CBV Jorgiane Viriato de Andrade e da pedagoga do Dape Maria Betânia Grisi.

Para o acadêmico do 5º módulo de Tads Victor Miguel da Silva Andrade, ter participado da ação foi uma experiência maravilhosa. “Eu sempre quis ajudar e fazer parte de projetos voltados à comunidade surda. Mas isso exige esforço, trabalho em equipe e, claro, amor ao próximo. E nada disso faltou na equipe de TGT e de Tads! Foi um pouco complicado coordenar as atividades em grupo (fazer as pesquisas, planejar o roteiro, organizar a logística do passeio), mas fomos buscando compreender o tempo de cada um, respeitando o espaço e a diversidade dos colegas. O resultado foi além do que esperávamos, pois o city tour foi fantástico! Era visível a animação e a felicidade no rosto de cada um dos participantes. Demonstraram o verdadeiro sentimento de ser incluído, de fazer parte de algo novo e prazeroso”, relatou.

Assim como Andrade, o acadêmico do 2º módulo de TGT Rafael Silva de Souza Abreu conta que a participação na atividade foi muito gratificante, contribuindo para a reflexão sobre os problemas enfrentados pela comunidade surda em Roraima. “Participar desse city tour com a comunidade surda foi uma experiência gratificante para mim. Como estudante de Gestão de Turismo, pude vivenciar de perto os desafios enfrentados por essa comunidade, especialmente a falta de preparo dos profissionais do setor em relação à Língua Brasileira de Sinais. Essa experiência me fez refletir sobre a necessidade de mais iniciativas como essa, que promovem a inclusão e a acessibilidade no turismo. Não se trata apenas de oferecer city tours adaptados, mas também de desenvolver outros projetos que atendam às necessidades especiais de diferentes grupos. Como acadêmico e profissional da área de turismo, sinto-me motivado a buscar formas de contribuir para que a indústria turística seja mais inclusiva e acolhedora. É essencial sensibilizar e capacitar os profissionais do segmento em Roraima para que atendam às demandas específicas de todos os públicos, inclusive da comunidade surda. Acredito que a conscientização e a formação de profissionais capacitados são passos fundamentais para promover uma mudança significativa no turismo local e regional. Devemos trabalhar em conjunto para criar mais oportunidades e espaços onde todos possam desfrutar da experiência de viagem de maneira plena e igualitária”, disse.

 

Virginia Albuquerque
CCS/Campus Boa Vista
9/8/23