Campus Boa Vista ofertará três novos cursos de português para imigrantes

Diante da problemática enfrentada pelos imigrantes, principalmente venezuelanos, por causa das dificuldades com a língua, o Campus Boa Vista do Instituto Federal de Roraima (CBV-IFRR) dará continuação ao acolhimento dos estrangeiros com o oferecimento de três novos cursos. A ação faz parte da política de extensão institucional e visa facilitar o processo de adaptação dos imigrantes no Brasil.

Serão ofertados os cursos de “Língua portuguesa para estrangeiro – nível básico” e “Língua portuguesa como segunda língua L2 –  nível básico”, que têm como objetivo proporcionar ao aluno estrangeiro condições de se expressar, autonomamente, nas modalidades oral e escrita da língua portuguesa, de maneira a alcançar um nível de competência comunicativa que possibilite sua real integração social, cultural e profissional.

O outro curso a ser ofertado é “A arte da música como possibilidade de aprendizagem na língua portuguesa – nível intermediário”, que visa tornar mais fácil o ensino da gramática, abordando os conteúdos de maneira mais lúdica, produzindo resultados significativos para o ensino de língua portuguesa.

Os três cursos serão divididos em cinco turmas, que já estão completas e nas quais será atendido um total de 150 alunos. A Coordenação de Programas Especiais e Ações Inclusivas, da Diretoria de Extensão (Direx-CBV), é a responsável pelo projeto e pede aos interessados em cursar algum desses cursos que procurem o CBV para preencher um cadastro de reserva, que deve ser utilizado quando da abertura de novas turmas. 

Para a diretora de Extensão do CBV, professora Marilda Vinhote Bentes, a unidade está atenta às questões sociais e aos problemas por que passam os imigrantes em situação de vulnerabilidade social. “Não há como não nos sensibilizarmos com a situação dos venezuelanos, pois muitos estão à procura de emprego e têm sérias dificuldades por causa da língua. Aqueles que nos procuram anseiam por conhecimentos sobre a língua portuguesa que possibilitem a colocação no mercado de trabalho de forma imediata, para que possam saciar a fome dos filhos e familiares. Ouvimos muitas histórias que nos comovem, tanto sobre situações de violência e miséria que passaram na Venezuela como sobre as necessidades pelas quais passam aqui em Roraima. E, diante desse cenário, nós, como Instituto Federal, buscamos desempenhar o papel institucional, cumprir nossa missão, exercer nossa responsabilidade social não só com os venezuelanos, mas também com os haitianos, os moçambicanos, os cubanos e tantos outros imigrantes. Temos uma lista de espera enorme e, para atender a essa demanda, contamos sempre com o voluntariado. Então, agradecemos aos servidores, tanto do IFRR quanto de instituições parceiras, que aceitaram esse desafio e que irão atuar como voluntários”, ressaltou a diretora, que também é um dos professores voluntários no projeto.

Em 2017, um total de 125 imigrantes foram atendidos em cursos de português e também nos eventos institucionais.

A diretora-geral do CBV, professora Joseane Cortez, afirma que reeditar essa formação tem um grande significado para o campus. “Mais uma vez trazemos para nós o compromisso educacional de incluir pessoas em situação de risco, muitas delas também em situação de rua. Ofertar o curso de português é uma maneira de abrir portas para o mundo do trabalho, no qual a comunicação se torna elemento-chave, ampliando as possibilidades de inserção”, enfatizou.