Núcleo de Atendimento a Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas propõe debate sobre a Lei de Libras

por Virginia publicado 27/04/2018 15h55, última modificação 30/04/2018 14h21
O evento ocorre no dia 4 de maio, das 18h às 22h, no Campus Boa Vista, e contará com palestra, mesa-redonda e lançamento de CD

No próximo dia 4 de maio, das 18h às 22h, no auditório do Campus Boa Vista (CBV), o Núcleo de Atendimento a Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napne) realizará uma programação alusiva à Lei de Libras, que tem como marco o dia 24 de abril.

A programação será composta por palestra, mesa-redonda e lançamento de CD do Programa Institucional de Fomento ao Desenvolvimento de Projetos de Práticas Pedagógicas Inovadoras (Inova), intitulado “Hablando con las manos”.

Lei – Por meio da Lei n.º 10.436, de 24 de abril, de 2002, a Libras, considerada a segunda língua mais falada no Brasil, foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão.

De acordo com o Portal da Educação, a Libras é determinada como uma língua gestual, por estar associada aos sinais que representa. A língua gestual é universal, porém os significados não são os mesmos em todos os países. Os gestos têm mesma representação, porém diferentes significados. Seu aprendizado requer a utilização das mãos para trabalhar os sinais e, a partir dos movimentos e da combinação deles, ocorre a comunicação com os surdos. Ela permite a interação entre as pessoas surdas e as ouvintes, fazendo com que as deficientes auditivas obtenham informações do mundo e do ambiente onde vivem, tornando-as cidadãs com direitos, deveres e responsabilidades. 

Segundo a professora e intérprete de Libras Anazita Lopes de Miranda Viana, por mais de um século os surdos foram proibidos de usar a língua de sinais e obrigados a se submeter ao “método oralista puro”. “Com a proibição de sua língua natural, sofreram uma alienação e se viram segregados em todos os contextos sociais: familiar, social e acadêmico. Assim, a partir do dia 24 de abril de 2002, a comunidade surda do Brasil pôde comemorar uma grande vitória, pois ali ocorria um divisor de águas, que mudaria substancialmente a sua história, o seu futuro, o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais, a Libras!”, ressaltou a professora.

Ela acrescenta que se esperava o fim do preconceito e da discriminação. “A partir daí, nunca mais sofreriam nenhuma tortura em nome da "cura da surdez", nem teriam suas mãos amarradas para trás, mas, sim, a liberdade de usá-las para se comunicarem livremente; o acesso a informações e a conhecimentos que antes lhes eram ocultados ou fragmentados por serem obrigados a usar uma língua que limitava a possibilidade de ampliar o conhecimento de mundo. Agora, sim, com a língua de sinais regulamentada, oficializada e respeitada, a comunidade surda brasileira ganha força legal para enfrentar os desafios que o futuro lhe reserva”, concluiu Anazita.

Para comemorar os 16 anos dessa importante conquista, o IFRR, que tem recebido alunos surdos e que vem se mobilizando para atendê-los de acordo com suas peculiaridades, respeitando o direito linguístico e a acessibilidade, promove mais esse evento com a comunidade surda de Roraima.

 

Virginia Albuquerque
Jornalista
CCS/Campus Boa Vista
26/4/2018