Prática de estágio supervisionado capacita mulheres em condição de vulnerabilidade social

por Virginia publicado 27/07/2021 15h56, última modificação 27/07/2021 15h56
A ação de extensão, que ocorreu de forma on-line e que beneficiou 36 mulheres, foi o resultado prático da disciplina Estágio Supervisionado.

Com o objetivo de capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade social, visando à inserção no mundo do trabalho, os acadêmicos de Letras/Espanhol e Literatura Hispânica Edilma Pereira da Silva, Izaura Azevedo Ghirotti, Leonardo Leitão de Mattos e Vitória da Silva Moura ministraram os cursos “Espanhol en linea: reanudar y aprender” e “Espanhol en línea: buscando oportunidades”, sob a orientação das professoras Marilda Vinhote Bentes e Midiã Ferreira Rodrigues.

A ação de extensão, que ocorreu de forma on-line e que beneficiou 36 mulheres, foi o resultado prático da disciplina Estágio Supervisionado. Ela só foi possível devido à articulação com um grupo de mulheres egressas do sistema prisional e à participação de reeducandas que cumpriam pena no regime fechado e aberto.

“Os cursos de Espanhol, respectivamente, foram voltados para conhecimentos de níveis básico e intermediário, como oportunidade de qualificação profissional e imersão no mundo do trabalho, com enfoque em orientar o desenvolvimento das habilidades linguísticas de leitura, escrita, oralidade e escuta, de forma integrada. Para isso, as aulas e os materiais didáticos foram elaborados pelos acadêmicos e validados por nós, professoras, contendo situações práticas, expressões, conversações e vocábulos voltados às situações que as cursistas podem utilizar na vida real. As informações socializadas e os conhecimentos construídos permitem que as pessoas escolham novos caminhos e refaçam suas vidas. E, com isso, mais uma vez, o Campus Boa Vista cumpre com sua responsabilidade social”, disse Marilda.

Izaura Ghirotti afirmou que a experiência complementou a formação acadêmica. “Nossos anseios e sentimentos, como docentes estagiários, eram de incertezas, medos, dúvidas ao lidarmos com situações que não tínhamos vivenciado na prática. Ao estudarmos a teoria na faculdade, não temos a noção desse contexto desafiador que o professor terá de enfrentar no seu dia a dia, mesmo com exemplos ou demonstrações, já que vivenciamos na realidade. É o fazer acontecer, que causa uma infinidade de sensações que vão além de conhecimento científico. Com isso, no decorrer do curso, ao planejarmos nossas aulas, percebemos que o professor tem que ir muito além das suas expectativas; que não seria apenas dar o conteúdo programático, e sim trabalhar o lado emocional, por vezes a espiritualidade; ensinar com exemplos significativos e despertar o interesse pela educação não apenas por obrigação de aprender por aprender, mas também pela capacidade de se tornarem mulheres empoderadas, inovando, tanto pessoal como profissionalmente”, relatou.

A coordenadora em exercício da Coordenação de Programas e Projetos de Extensão, Natália Rodrigues, achou significativa a atitude das futuras docentes. “Fazer com que se envolvam em uma situação de ensino, por meio da extensão universitária, coloca as acadêmicas em um mundo real de sua futura profissão. Torna o fazer pedagógico mais eficiente, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, em que a equidade seja o foco, a partir da articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão; em que todos saiam  beneficiados: o IFRR, via Diretoria de Extensão, por exercer seu papel diante da responsabilidade social com a área educacional e profissional; o acadêmico, que sairá mais bem qualificado em sua área de formação; e os cursistas, que obterão o desenvolvimento de habilidades e competências para melhor atuar no mundo do trabalho e no contexto educacional.

Rebeca Ferreira dos Santos concluiu o curso com excelente aproveitamento e falou sobre a satisfação de ter aprendido um novo idioma. “Quando me matriculei no curso, não imaginava que iria chegar ao final falando e escrevendo, tampouco i que passaria a admirar uma cultura estrangeira, como hoje. Não sei se as demais pessoas sentem orgulho de si mesmas quando passam a entender o que um estrangeiro fala. Mas, para mim, é muito gratificante compreender quase cem por cento do que as pessoas estão falando. É muito gratificante poder entrar no site de um jornal estrangeiro, por exemplo, e ler todas as notícias. A necessidade do espanhol no mercado de trabalho cresce, proporcionalmente, com o aumento do volume de negócios de empresas brasileiras em parceria com outras empresas que tenham o espanhol como a principal língua. E isso tem aumentado a cada dia.  Então, se você não quer ficar para trás e se manter um profissional atualizado no mercado de trabalho, precisa estudar o espanhol. Valeu a pena a dedicação ao curso, pois os professores foram maravilhosos, atenciosos! Aprendi bastante e me orgulho em ter aproveitado a oportunidade dada pelo IFRR. Agradeço à direção da instituição, aos professores e às minhas companheiras de curso que se destacaram”, disse a formanda, finalizando com uma frase em espanhol: “Aprovecha las oportunidades. El español nos lleva lejos”.

As aulas foram realizadas no Google Meet, em virtude da manutenção dos protocolos de biossegurança da pandemia da Covid-19, que ainda orientam o distanciamento social. Já os materiais didáticos foram enviados por e-mail e, em alguns casos, entregues nas casas das cursistas, bem como socializados por meio do WhatsApp.


Virginia Albuquerque
CCS/Campus Boa Vista
27/7/21